Qual a relação da agenda ESG com o desenvolvimento das empresas?

Qual a relação da agenda ESG com o desenvolvimento das empresas?

Com uma mudança de hábito dos consumidores e os padrões de riscos de investimentos, as empresas têm optado cada vez mais por uma agenda ESG. Entenda

Cada vez mais as empresas estão buscando por uma agenda ESG. Além de buscar objetivos alinhados ao meio ambiente, sociedade e governança corporativa, as organizações também estão seguindo metas globais de descarbonização, na busca de uma construção de um mundo melhor.

Ao mesmo tempo em que a preocupação com a manutenção do meio ambiente cresce na sociedade, os gestores também se preocupam com seus impactos na sociedade e em qual contexto é preciso mudar para promover o desenvolvimento econômico, sem abrir mão da sustentabilidade.

A agenda ESG além das pautas ambientais e sociais

Recentemente, a sigla ESG tornou-se recorrente no vocabulário dos executivos e investidores de empresas. Embora as pautas ambientais e sociais sejam relevantes e promovam impactos importantes na sociedade, essas ações, agora, começam a pautar também os financiamentos.

No cenário global, estima-se que pelo menos 30 trilhões de dólares em ativos estão hoje sob gestão de fundos que apenas aplicam seus recursos em negócios e empresas com práticas sustentáveis.

As mudanças de cultura na sociedade, que intensificam o clamor pela sustentabilidade com uma economia circular, vêm sendo acompanhadas pelos bancos. Assim, o mercado tem mudado seus critérios de análise de risco, construindo um futuro próximo em que não haverá mais espaço para projetos de agentes que tenham risco ou causem impactos negativos à sociedade.

Ou seja, a instituição financeira, o investidor e o cliente estarão prestando atenção nesses pontos não aceitando mais esses tipos de ações por parte das empresas. Na área de energia, por exemplo, os investimentos do setor são de capital intensivo e há uma certa responsabilidade do banco na concessão desse crédito. Dessa forma, empresas que demonstrarem ineficiência na sustentabilidade, terão dificuldade em conseguir crédito.

Fontes energéticas alinhados à agenda ESG

A pandemia da covid-19 foi um catalisador de ações ESG, trazendo ao centro do debate a importância de economias mais sustentáveis. Nesse sentido, algumas fontes se destacam sendo oportunidades alinhadas a essa agenda.

O Brasil investe menos de 2% do Produto Interno Bruto (PIB) em infraestrutura. Assim, é preciso aumentar esse valor para desenvolver as áreas de infraestrutura, como o setor elétrico, e ajudar no crescimento econômico do país.

Nesse contexto, as finanças verdes apresentam-se como inovação financeira com potencial de exercer papel relevante no financiamento da infraestrutura. Atualmente, o país já tem o maior mercado de finanças verdes da América Latina, com quase US$ 6 bilhões de debêntures verdes emitidas desde 2016.

Embora ainda precise se desenvolver a nível de mercado, o hidrogênio verde é cotado como uma das energias do futuro. Isso ocorre, pois o modelo utiliza fontes limpas para a geração, como energia solar ou de hidrelétricas para a produção de hidrogênio. No Brasil, já há um HUB de produção no Ceará para desenvolver esse mercado.

Além dessa fonte, as térmicas movidas à biomassa e biogás têm ganhado espaço em leilões e destaque entre os investimentos. A expectativa é de que nos próximos anos o modelo se torne viável financeiramente e consiga competir com outras fontes limpas e renováveis.

Portanto, é possível concluir que a agenda ESG vai se fortalecer no Brasil nos próximos anos. Afinal, além dos fatores sociais, ambientais e de governança, a mudança nas análises de risco indicam para onde o mercado de financiamento deve crescer. Por isso, as organizações já estão investindo em ações mais sustentáveis.

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