O poder da biomassa no sistema de energia

O poder da biomassa no sistema de energia

Entre 2015 e 2018, o crescimento médio de energia gerada com a biomassa foi de 2,9%. Entenda o poder da biomassa no sistema de energia brasileiro.

Em um momento de transição energética, o poder da biomassa se destaca e ganha força como uma fonte de energia alternativa e viável de se expandir em solo brasileiro. Com a crise hídrica e consequentemente a crise energética em que vive o país desde 2021, as fontes limpas e renováveis ganham relevância no cenário de desenvolvimento.

À medida que o mundo avança, a energia gerada a partir da biomassa da cana-de-açúcar e de outros resíduos ganha destaque. O crescimento médio de energia gerada a partir dessa fonte foi de 2,19% entre 2015 a 2018.

Segundo os cálculos realizados pelo IBGE, somente em 2018 a produção de energia desse modelo foi de 54,4mil GWh, representando 9% de toda a eletricidade gerada no país. Atualmente, a maior parte dessa energia produzida é consumida pelos próprios segmentos que os geraram, mas a expectativa é de expansão com a implementação de projetos maiores.

O poder da biomassa no sistema de energia

De maneira positiva, o setor elétrico brasileiro se destaca sendo um dos mais renováveis do mundo, com 83% de uso de fontes renováveis na matriz. A bioeletricidade sucroenergética detém 12GW e 7% de participação na matriz brasileira.

No Plano Anual de Operação Eletroenergética dos Sistemas Isolados de 2020, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) previu um aumento na presença da biomassa saindo de 9MW para 55 MW até 2022. O plano considera 165 sistemas isolados, localizados principalmente na região Norte do país, nos estados Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, e a ilha de Fernando de Noronha, em Pernambuco.

O último Plano Nacional de Energia 2050, realizado pela Empresa de Pesquisa Energética indicou que, no melhor cenário, a biomassa pode chegar a 29 GW em 2050. Ou seja, gerar o equivalente a duas hidrelétricas como a Itaipu. No pior cenário, o valor chegaria apenas 13 GW, representando um crescimento irrelevante até 2050.

Atualmente, a maior parte da energia gerada é consumida pelos próprios geradores e apenas 15% são aproveitados na rede nacional de energia. Segundo um levantamento da UNICA e da Cogen, com um leilão emergencial para a compra de produção extra, seria possível gerar quase 3 mil GWh em 2022 com medidas de incentivo do governo.

A biomassa e o desenvolvimento de outros modelos

Além da geração que já ocorre, o poder da biomassa também tem um potencial de desenvolver outras fontes. A utilização da biomassa e seus derivados — tão abundantes no nosso país — ajudam na geração do hidrogênio renovável. Nesse sentido, se destacam a produção de hidrogênio por reforma do etanol ou da glicerina (principal subproduto das plantas de biodiesel), e por pirólise/gaseificação de biomassa residual (como bagaço e palha de cana, sabugo de milho, casca de eucalipto e fibra de coco.

Além disso, as estimativas sugerem que o custo de produção de hidrogênio por gaseificação de biomassa é da ordem de U$ 1,2-3,5/kg H₂, sendo competitivo com o hidrogênio gerado por eletrólise. Com esse modelo, a produção a partir de biomassa também pode contribuir com as metas de descarbonização, considerando o consumo de CO₂ pelo processo de fotossíntese durante o crescimento da planta.

Estima-se que a geração de bioeletricidade de cana em 2020 tenha evitado adicionalmente a emissão de 6,3 milhões de toneladas de CO2, marca que somente seria atingida com o cultivo de 44 milhões de árvores nativas ao longo de 20 anos.

Ou seja, o poder da biomassa vem de multifatores que juntos conseguem viabilizar a transição energética, estimular novos investimentos no setor e desenvolver a área de energia limpa e renovável. Para saber mais sobre a produção de hidrogênio a partir do biogás, leia o conteúdo no blog.

A Evolution Power Partners (EPP) faz parte do grupo Urca Energia e desenvolve projetos de usinas termoelétricas no Brasil para a geração centralizada de energia. A EPP já desenvolveu mais de 50 projetos, conta com um portfólio greenfield de mais de 4,5 GW e está pronta para oferecer a melhor solução em geração de energia para diferentes ambientes de contratação no Brasil.