COP 27: expectativas para o Brasil

COP 27: expectativas para o Brasil

Para o Brasil, a expectativa é de que o evento traga oportunidades para atrair investidores interessados em explorar o potencial energético limpo do país.

A Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2022, mais conhecida como Conferência das Partes da UNFCCC, ou COP 27,  aconteceu entre os dias 06 a 18 de novembro de 2022, no Egito. Durante os 12 dias de conferência, representantes dos países e sociedade civil discutiram maneiras para enfrentar e se adaptar às mudanças climáticas.

Como principais pautas, os participantes debateram sobre a mitigação dos gases do efeito estufa e acordos entre nações para conter o aquecimento global. Na COP 27, os debates tiveram, como eixo principal, o novo relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), que analisa vulnerabilidades, capacidades e limites do mundo e da sociedade para se adaptar às mudanças climáticas.

Assim, o foco da conferência este ano foi o financiamento dos países desenvolvidos para auxiliar as nações em desenvolvimento, a fim de conter danos e evitar alterações climáticas ainda piores.

O Brasil na COP 27

O Brasil aproveitou o evento para mostrar ao mundo o potencial que tem para uma geração de energia limpa, renovável e barata. Segundo o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, a delegação brasileira buscou mostrar o potencial do país para a geração de energia verde, para trazer o financiamento climático e acelerar as ações por meio do setor privado.

O país possui um potencial energético para a geração de energia em terra firme, com usinas eólicas, solares e de biomassa  de 100 GW. Em se tratando de  eólicas offshore, o potencial é ainda maior, cerca de 700 GW. Isso corresponde ao que seria gerado por 50 usinas de Itaipu. Atualmente, o Brasil produz 180 GW, ou seja, é um volume expressivo para a expansão.

Para se explorar todo o potencial de 700GW das eólicas no mar brasileiro, seria preciso um investimento de R$ 1 trilhão, segundo uma consultoria. Indo além da ampliação de produção energética, os investimentos também catalisam a economia local e o desenvolvimento social.

Portanto, o mundo olha para essa oportunidade porque o Brasil é um país de vasta área costeira e com pouca incidência de tempestade. Com isso, é possível instalar aerogeradores, sem a grande preocupação de manutenção que acontece em outras regiões, como o Mar do Norte, na Europa, onde há tempestades constantes. Por essas características, o Brasil tem provavelmente o custo mais barato de energia eólica offshore.

Para especialistas, o Brasil tem papel fundamental para contribuir com a mitigação das mudanças climáticas. Primeiramente, o país tem enorme potencial para se tornar grande recebedor de financiamento para conservar sua biodiversidade e investir em projetos energéticos limpos.

O diretor-executivo da Corporação Financeira Internacional (IFC), Makhtar Diop – um braço do Banco Mundial – afirmou que o Brasil é um dos principais alvos dos investidores, muito por causa da possibilidade de montar negócios sustentáveis e que tem fundamental importância na transição energética da América Latina.

O país também possui uma matriz energética de destaque com um índice renovável de 84%, frente a 27% da média mundial. As matrizes solar e eólica bateram recordes de produção em 2022, respectivamente 14 GW e 22 GW, somadas a produção foi suficiente para fornecer energia limpa para 40 milhões de brasileiros.

Se você se interessou por esse assunto, leia sobre metas ESG e a relevância nas empresas.