Quais as expectativas e tendências para o mercado de biogás?

Quais as expectativas e tendências para o mercado de biogás?

O mercado de biogás no Brasil poderá atingir R$ 40 bilhões em 2030. Veja expectativas e tendências para esse ano.

O que se pode esperar do mercado de biogás em 2023? O setor de biogás é um dos mais promissores do setor energético mundial e desempenha um papel fundamental na economia de muitos países. De acordo com a Agência Internacional de Energia, a geração de biogás cresceu cerca de 20% entre 2004 e 2017, e acredita-se que a tendência se mantenha nos próximos anos.

Para 2023, o ano começa com boas perspectivas e com expectativa de crescimento tanto no Brasil quanto no mundo, tendo como fonte de produção a indústria de cana-de-açúcar (vinhaça, torta de filtro e palhas) e os rejeitos da produção animal, além de resíduos sólidos urbanos.

As expectativas de crescimento do mercado de biogás

O país tem potencial para atingir uma produção de 460 milhões de MMBTU até 2030. Com um mercado potencial de R$ 40 bilhões, segundo a consultoria McKinsey, o mercado de biogás e biometano seria equivalente a cerca de 30% da demanda de gás natural.

Iniciativas governamentais, como a Política Nacional de Biocombustíveis (RenovaBio), o Programa Combustível do Futuro e a aprovação do projeto de lei que regulamenta o Mercado Brasileiro de Redução de Emissões (MBRE) mostram que o combustível tem boas perspectivas de crescimento.

Outro ponto importante é o surgimento de novas tecnologias. Recentemente, pesquisadores da Universidade de Glasgow (Escócia) desenvolveram uma bomba de calor capaz de reduzir a emissão de carbono durante a produção de biogás. Segundo as estimativas, é possível diminuir até 36% dos poluentes ao fazer a substituição utilizando o sistema baseado em bombas de calor.

Os biorreatores são usados para manter a temperatura ideal durante a digestão anaeróbica para maximizar a quantidade de biogás gerado. Em vez de utilizar um sistema de aquecimento por meio de caldeiras alimentadas com gás natural, os cientistas usaram bombas que extraem o calor do ar. Com a substituição, constatou-se que o sistema baseado em bombas de calor emite significativamente menos carbono do que o dispositivo convencional.

Em abril, acontece a 5ª edição do Fórum Sul Brasileiro de Biogás e Biometano em Foz do Iguaçu com o objetivo de discutir e contribuir acerca do desenvolvimento do biogás no Sul e em todo o país.

Os investimentos no país

Embora os Estados Unidos sejam o maior produtor de biogás, outros países, como o Brasil, também têm investido no setor. Em 2022, a produção de biogás alcançou 2,8 bilhões de m³, em um crescimento de 21,3% em relação a 2021. No ano passado, segundo a CIBiogás, foram 56 novas plantas instaladas, somadas às 755 já existentes.

O crescimento é fruto dos investimentos que vêm sido feitos nos últimos anos, incentivando a criação e desenvolvimento de projetos e de logística de distribuição. Outro ponto favorável para o setor é o RenovaBio, política nacional que incentiva projetos de biogás, principalmente em indústrias sucroenergéticas, que podem emitir créditos de descarbonização ao aproveitarem os resíduos para geração de gás.

Além das iniciativas governamentais, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) também tem aprovado uma série de financiamentos para o setor com o objetivo de produzir biogás e biometano, além de contribuir com a descarbonização.

Nos próximos cinco anos, 40 usinas devem entrar em operação, demandando aportes da ordem de R$ 8 bilhões, segundo a Abiogás. Nos últimos anos, o mercado movimentou cerca de R$ 3 bilhões.

Portanto, as expectativas e tendências para o mercado de biogás em 2023 são otimistas. Afinal, o setor tem sido um dos mais promissores do setor energético mundial, pois propicia a geração de energia sustentável a partir da decomposição dos restos orgânicos.