A capacidade instalada de energia solar tem batido recordes no Brasil. Veja os motivos e entenda a importância desse crescimento.
Em Agosto, o Brasil bateu o recorde de capacidade instalada da fonte solar fotovoltaica, alcançando a marca histórica de 10 gigawatts (GW). Os dados são da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar).
Segundo a Associação, os sistemas fotovoltaicos instalados no país já representam mais de 70% da potência da usina de Itaipu, segunda maior usina do mundo. Assim, a energia solar mostra sua força e representação estratégica para suprir a demanda energética e ser uma fonte propulsora de crescimento econômico no Brasil.
O aumento da capacidade instalada da energia solar
A geração distribuída fotovoltaica cresce 230% ao ano no Brasil e esse número continuou crescendo mesmo na pandemia. Em 2019, por exemplo, o país possuía 1GW de potência instalada de GD. Em janeiro de 2020, ela dobrou para 2GW, chegando em 3GW em junho. Segundo a Absolar, nos últimos 7 anos a energia fotovoltaica, tanto de geração centralizada quanto em geração distribuída cresceu a uma taxa média de 150% ao ano, chegando em 6 GW em 2020.
A energia solar também tem crescido nas propriedades rurais. A potência instalada dessa fonte no meio rural brasileiro mais que dobrou no primeiro semestre de 2020 em comparação com 2019, segundo o Canal Solar.
Com o crescimento, o Brasil entrou no grupo de países com maior capacidade instalada de energia solar. Na 14ª posição, somos o único país da América Latina no top 15 do ranking mundial organizado pela Agência Internacional para as Energias Renováveis (Irena). A liderança é da China com 253,8 GW de capacidade instalada, seguido pelos Estados Unidos com 73,8 GW, Japão com 68,6 GW, Alemanha com 53,7 GW e Índia 38,9 GW.
Por que essa fonte cresce tanto?
Nos últimos anos, não só no Brasil, mas em todo mundo, houve um aumento na adesão de fontes mais limpas e renováveis. No caso da energia solar no Brasil, ela alivia o orçamento de famílias e empresas, chegando a reduzir a conta de luz em até 90%. Segundo o Sebrae, a conta de luz é o segundo maior peso nos custos das micro e pequenas empresas. Por isso, está havendo uma grande migração para o modelo de geração distribuída.
Atualmente, a maior fatia da geração vem dos telhados. Enquanto as usinas solares possuem potência instalada de 3,5 GW, a geração própria de energia chega a 6,5GW. Isso mostra que além da conscientização, há um aumento na divulgação do modelo seja por parte das empresas que realizam esse serviço e até mesmo governo e órgãos públicos que estimulam e fomentam essa adesão.
Além disso, há um aumento da responsabilidade social, fazendo com que pessoas e organizações optem por fontes renováveis para a manutenção do meio ambiente. Recentemente, a solar ultrapassou a potência instalada de termelétricas movidas a combustíveis fósseis, mostrando como a transição energética tem avançado. As usinas solares de grande porte geram eletricidade a custo até dez vezes menor do que termelétricas fósseis ou energia importada de países vizinhos.
A importância do aumento do uso dessa fonte
Esse aumento é fundamental para diversificar o suprimento energético do país, reduzindo a dependência da geração hidrelétrica. No momento, o país vive uma crise hídrica e se a solar tivesse uma representação maior, certamente, os impactos negativos não seriam tão grandes. Outro ponto é que a fonte solar já trouxe ao país mais de R$ 52 bilhões de novos investimentos desde 2012, gerou mais de 300 mil empregos e evitou a emissão de 10,7 milhões de toneladas de CO2.
Mesmo com os aumentos, a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) ressalta que a contribuição da fonte solar no sistema energético ainda é pequena, chegando a 2% da oferta de energia. Contudo, as expectativas para o Plano Decenal de Expansão de Energia 2030 é que a fonte chegue a 5% de toda a geração de eletricidade neste ano.