O que é compensação de carbono?

Entenda como funciona na prática os conceitos de compensação de carbono e a importância desse recurso.

A compensação de carbono é uma ação fundamental para ajudar no processo de descarbonização das matrizes energéticas. Por meio desse recurso, é possível reduzir os efeitos do aquecimento global e neutralizar as emissões de CO2.

Hoje em dia, praticamente todos os produtos, serviços ou atividades produzem emissões de carbono em alguma fase do processo. Por isso, empresas e governos têm buscado alternativas para reduzir esse tipo de emissão. Contudo, nem sempre isso é viável. Para esses casos, a compensação é uma alternativa.

O que é a compensação de carbono?

Na impossibilidade de zerar as emissões de Gases do Efeito Estufa (GEEs), a compensação de carbono surge como um caminho para a descarbonização da economia, com o objetivo de conter o aumento da temperatura média do planeta. Essa prática surgiu em 1990 e tem ganhado visibilidade e adesão nos últimos anos.

Como o próprio nome sugere, a estratégia propõe a compensação por parte de países ou empresas do valor correspondente da emissão gerada. Na prática, ela é uma alternativa bem eficiente e que pode ser feita desde o plantio de novas árvores até a compra de créditos de carbono.

No Brasil, a compensação ambiental é um instrumento de política pública, sustentado através da lei nº 9.985/2000, conhecida como o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza, e da lei nº 6.938/1981, que institui a Política Nacional do Meio Ambiente.

Quais os tipos de compensação existentes?

Atualmente, existem várias maneiras de realizar a compensação de carbono.

Plantio de árvores

O plantio de árvores é uma das opções disponíveis para a compensação de carbono, mas do ponto de vista técnico não é a alternativa mais barata ou viável. Para grau de comparação, é necessário cerca de cinco a sete árvores nativas para obter uma tonelada de CO2, porém, elas demoram, em média, 20 anos para chegar à idade adulta.

Ou seja, uma empresa que começar a compensar as emissões hoje, só terá o retorno daqui a muitos anos. Além disso, a árvore apenas armazena momentaneamente a emissão. Portanto, quando ela morrer, todo o gás estocado será emitido novamente na atmosfera. Assim, essa opção também pode ser chamada de estoque temporário.

Créditos de carbono

Os créditos de carbono são unidades de medida que correspondem a uma tonelada de dióxido de carbono equivalente (tCO2e). Essas medidas servem para calcular a redução das emissões de gases do efeito estufa e seu possível valor de comercialização. Dessa forma, empresas e países que promovem a redução de emissão recebem um crédito de carbono que pode ser comercializado com outras entidades.

Cabe destacar que para que o crédito de carbono seja válido, ele precisa ser aprovado por órgãos internacionais que validam a confiabilidade dos projetos e o crédito deve possuir um número de registro único. Ou seja, deve ser possível identificar se aquele crédito veio de um projeto de geração de energia a partir do uso de biomassa ou projetos de desmatamento evitado, os chamados REDD+ (Redução de Emissões provenientes de Desmatamento e Degradação Florestal).

Mercado de carbono

A compensação de carbono via créditos acontece dentro de um mercado de carbono. Nesse sistema, é possível promover a troca entre quem gera créditos de carbono por reduzir emissões e quem precisa compensar suas emissões residuais.

Logo, uma organização compra créditos de carbono de outra, que recebe os investimentos. Existem mercados regulados, que são aqueles compostos por nações e que foram estabelecidos por meio de acordos.

Na última COP, por exemplo, a conferência aprovou a criação de um mercado global de crédito de carbono, assinado por mais de 190 nações. Nesse caso, a autorização para as vendas é concedida pelo governo dos países envolvidos e também pela Organização das Nações Unidas (ONU), mas somente depois de cálculos e avaliações de especialistas.

Já os mercados voluntários, são mercados paralelos ao regulado, que envolvem empresas e instituições, deixando de fora os países. Ele recebe esse nome, pois, de maneira geral, as empresas não possuem obrigações legais em compensar suas emissões. Contudo, de olho nas mudanças, muitas organizações já incluíram as metas de descarbonização em suas propostas e compram os créditos para contribuir com o meio ambiente.

Portanto, ao compreender o conceito de compensação de carbono, é possível perceber como empresas e países podem atuar em prol da preservação do meio ambiente. Se você gostou do conteúdo, pode se interessar pelo texto sobre CO2 verde.