CO2 Verde: conheça mais uma fonte energética para o país

CO2 Verde: conheça mais uma fonte energética para o país

O CO2 verde pode ser utilizado na indústria de alimentos e bebidas, na metalurgia e no tratamento de efluentes. Entenda o modelo.

Investir em novas fontes de energia e modelos de negócios é fundamental para os países que desejam avançar na transição energética. Nesse sentido, o Brasil tem se destacado, buscando novas parcerias e soluções para desenvolver o setor de geração energética.

O CO2 verde é uma fonte renovável e um substituto sustentável do gás carbônico tradicional, que é um dos gases causadores do efeito estufa. Essa nova fonte energética pode ser utilizada desde indústria de alimentos e bebidas até na metalurgia com o tratamento térmico de soldas e setor de saneamento com o tratamento de efluentes.

Para que esse modelo se desenvolva, é importante que o processo seja economicamente viável, bem como leve aspectos ambientais e sociais em consideração. Além disso, investir nesse tipo de projeto faz com que a matriz brasileira se torne cada vez mais diversificada e independente de fontes únicas.

Projetos de CO2 Verde

O Acordo de Paris assinado em 2015 por 195 nações estipulou que a meta seria manter o aumento da temperatura do planeta abaixo dos 2ºC até o fim do século. Contudo, estudos indicam que a meta não será alcançada, caso a economia não se torne neutra em carbono. Ou seja, até lá será preciso consumir mais dióxido de carbono do que é emitido para garantir que as metas sejam atingidas.

Analisando esse cenário, é fundamental que novos projetos, como o de CO2 verde, sejam desenvolvidos e planejados. Afinal, do ponto de vista tecnológico, o CO2 precisa ser matéria-prima de outros produtos, que não tenham um ciclo de vida tão curto.

Uma parceria do Centro de Tecnologia da Indústria Química e Têxtil (Senai Cetiqt) com a Repsol Sinopec Brasil, a Hytron e o departamento de Engenharia Química da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP) iniciaram o projeto “CO2CHEM”, que tem como objetivo desenvolver alternativas tecnológicas para a produção de hidrocarbonetos verdes a partir de gás carbônico (CO2).

Com ajuda financeira da Agência Nacional do Petróleo (ANP) e da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), o projeto tem o objetivo de diminuir o carbono na atmosfera, contribuindo para o atingimento das metas, como o Acordo de Paris. Nesse modelo, as matérias-primas são gás carbônico, água e eletricidade, que devem gerar um produto equivalente ao petróleo.

A expectativa é que, em 2023, já exista uma unidade piloto do tamanho de um container, que possa ser transportada para lugares onde exista grande produção de CO2, para a produção das primeiras gotas de combustível sintético, chamado de hidrocarboneto verde.

Investimentos e tecnologia brasileira

Outros países também estão debruçados nesses desafios, buscando alternativas. Esses projetos de CO2 verde desenvolvidos no Brasil colocam o país como um protagonista e detentor do know-how, que são tecnologias que convertem CO2 em produtos.

Em fevereiro de 2022, mais um projeto de produção de gás carbônico verde foi anunciado. Nesse caso, o combustível será gerado a partir do biometano de resíduos orgânicos de um aterro sanitário de Seropédica, no Rio de Janeiro. O investimento esperado é de R$ 45 milhões e faz parte de um projeto maior de alocação de R$ 1,2 bilhão. A expectativa é de que essa usina comece a funcionar em 18 meses, gerando cerca de 100 toneladas de CO2 verde por dia, representando 10% do consumo diário no Brasil.

Assim, a produção de CO2 verde se torna uma solução, pois os hidrocarbonetos verdes gerados consomem várias moléculas de CO2 e, ao final do processo, o carbono é negativo. Ou seja, retira-se carbono da atmosfera e substitui por uma opção de combustível que não gera esse problema.

O Grupo Urca investirá R$ 45 milhões em usina de produção de CO2 verde que será instalada no Centro de Tratamento de Resíduos de Seropédica. Será a primeira do país a produzir gás carbônico pelo aproveitamento do #biometano gerado a partir de resíduos orgânicos de aterro sanitário. Segundo Marcel Jorand, diretor executivo da Urca, a planta vai gerar em torno de 100 toneladas de Gás Carbônico Verde por dia, que será produzido e revendido. Esse montante representa cerca de 10% do consumo diário do Brasil de CO2.

Além de ter na sua origem o combustível renovável, evitando a emissão de gases de efeito estufa, o Gás Carbônico Verde tem diversas utilizações, como na metalurgia, no setor de saneamento e na indústria de alimentos e bebidas.

Se você se interessou por esse assunto e quer entender melhor sobre a descarbonização da matriz energética, leia o conteúdo no blog.