Em dezembro de 2025, o Acordo de Paris completou uma década como o principal marco da governança climática global. Assinado por 195 países durante a COP21, o acordo estabeleceu o compromisso de limitar o aumento da temperatura média global a bem abaixo de 2 °C em relação aos níveis pré‑industriais, com esforços adicionais para conter o aquecimento a 1,5 °C. Dez anos depois, a pergunta que se impõe é direta e estratégica: quais são, na prática, os impactos dessas metas sobre o setor de energia e sobre as decisões de investimento?
Enquanto os líderes globais debatem os rumos da descarbonização, o Brasil emerge como protagonista da revolução energética pautada pela economia circular e o biometano. Na esteira da COP30, sediada em Belém, o país redobra esforços para alinhar sustentabilidade, inclusão social e inovação tecnológica.
O Brasil vive um dos momentos mais decisivos de sua história energética. Com uma matriz elétrica já majoritariamente renovável, cerca de 88% da geração elétrica vem de fontes limpas, segundo dados da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) o país agora enfrenta um novo desafio: financiar a expansão sustentável de sua infraestrutura, diversificar a matriz e garantir segurança energética em meio à transição global para a economia de baixo carbono.
O Brasil, dono de uma das matrizes energéticas mais limpas do G20, precisará investir aproximadamente US$ 6 trilhões — cerca de R$ 33,6 trilhões — até 2050 para zerar suas emissões líquidas de carbono. A estimativa consta do mais recente relatório New Energy Outlook da BloombergNEF, divulgado em fevereiro de 2025. O estudo revela um […]









