A descarbonização com biogás atrai novos investimentos que beneficiam todos os elos da cadeia produtiva, destacando o papel estratégico do setor de bioenergia.
Como a descarbonização se relaciona com o biogás? A descarbonização é a redução das emissões de dióxido de carbono por meio do uso de fontes de energia com baixo teor de carbono ou fonte com mínimo possível de emissões. Assim, os gases renováveis são chamados a desempenhar um papel importante na descarbonização da economia.
O Brasil possui fontes importantes para a geração do biogás, como o setor sucroenergético e os resíduos sólidos urbanos (RSU). Depois da COP26, a descarbonização passou a ser pauta recorrente dos governos, com a necessidade de diminuir a emissão de gás carbônico e metano. Nesse sentido, muitos países aderiram ao mercado de carbono, como o Brasil, com a intenção de criar meios que incentivem a redução no uso de combustíveis fósseis.
O biogás como fonte de descarbonização
O início da produção de biogás no Brasil surgiu com o objetivo de resolver a questão ambiental relacionada a efluentes e resíduos sólidos. Ou seja, os aterros sanitários conseguiram dar correto descarte aos RSU, além de gerar um modelo de geração energética mais limpo que os combustíveis fósseis.
O Brasil possui um potencial energético enorme com o biogás, principalmente vindo de RSU, que pode ser a saída para descarbonizar setores como o transporte e a indústria química.
A ABiogás calcula todo ano o potencial energético do setor e, em 2021, o país já poderia dobrar a produção de gás natural por meio do biogás, um gás renovável e distribuído. Segundo dados da ANEEL, atualmente são 386 usinas que geram 320.739,00 kW, sendo que 241.495,80kW vem de geração centralizada e 79.243,20kW de geração distribuída.
A descarbonização no Brasil
Ao ser estruturado de maneira correta, a geração de energia por meio do biogás vindo de RSU promove um ciclo contínuo de aproveitamento. O metano presente no biogás tem um potencial 20 vezes maior que o gás carbônico em relação ao efeito estufa. Por isso, esse gás precisa ser queimado com eficiência para evitar que seja lançado na atmosfera.
No Brasil, ainda é comum encontrar algumas usinas operando com 40% ou 50% de disponibilidade de máquinas, normalmente por falta de tecnologia adequada para o tratamento do biogás antes de entrar nos motogeradores. A garantia da redução de gases a partir da queima eficiente em um gerador é uma das principais características da descarbonização dentro dos processos do biogás.
No país, já existem projetos deste tipo, como a planta de biometano em Itaipu. Nesse modelo, é possível monetizar um passivo ambiental gerando ações sustentáveis e impactando na descarbonização da matriz.
A EVA Energia gera energia a partir de usinas próprias de biogás de aterros sanitários e suinocultura. Juntas, elas somam cerca de 20MW de capacidade instalada e ainda contribuem para a economia circular, ao mesmo tempo que geram economia na conta de luz das empresas. As usinas estão localizadas nos estados do Rio de Janeiro (São Gonçalo e Seropédica), São Paulo (Mauá) e Mato Grosso – sendo esta a maior do país para geração de energia a partir de dejetos suínos.
Desde a criação da Política Nacional dos Resíduos Sólidos, de 2010, novas ações e investimentos começaram a ocorrer no setor, como o crédito de descarbonização, ou CBIO, com objetivo de minimizar os impactos gerados pelo processo, bem como aproveitar os resíduos gerados para produção de energia.
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