Termelétricas movidas à biomassa: entenda o crescimento desse modelo!

Termelétricas movidas à biomassa: entenda o crescimento desse modelo!

Segundo a CCEE, em maio de 2021, as termelétricas que usaram bagaço da cana representaram 33% da oferta de energia advindas de térmicas.

Os resíduos que uma vez já foram um problema para o produtor agora já são uma fonte de geração de energia renovável. As termelétricas movidas à biomassa, como bagaço de cana, resíduos da indústria madeireira e florestal possuem um alto poder calorífico para gerar energia em usinas termoelétricas.

Em junho de 2021, o Ministério de Minas e Energia publicou uma portaria no Diário Oficial da União abrindo uma consulta pública sobre diretrizes para a oferta adicional de geração de energia elétrica proveniente de usinas termelétricas. Segundo a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), as termelétricas que usam o bagaço da cana como principal matéria-prima representou 33% da oferta de energia produzida por todas as térmicas no mês de maio. Com isso, a portaria amplia ainda mais a participação do setor.

A história das termelétricas no país

Embora mais da metade da produção de energia elétrica no país seja gerada por meio de hidrelétricas, as termelétricas possuem uma função estratégica para a manutenção contínua de geração de energia quando há aumento de consumo ou crise hídrica, como ocorre no momento.

Em 2018, havia 2450 empreendimentos que utilizavam fontes energéticas de origem fóssil, correspondendo a 17% do total da matriz elétrica brasileira. O grande problema do modelo é que o uso dos combustíveis fósseis agrava o aquecimento global devido às emissões de gases do efeito estufa (GEEs), além de ser um combustível não renovável. Nesse sentido, utilizar a biomassa é uma das alternativas para diminuir o uso de combustíveis fósseis. Ademais, também soluciona-se outro problema que são os resíduos gerados nos processos.

Em um estudo realizado na Escola Politécnica da USP a pesquisa mostrou que uma usina de médio porte poderia gerar 42 megawatts de energia elétrica por hora, consumindo anualmente 500 mil toneladas de bagaço. A produção, além de abastecer a própria usina, poderia gerar excedentes a serem comercializados. De abril a novembro, o clima do país é o mais seco. Ao mesmo tempo, há uma maior produção de cana-de-açúcar, portanto, mais bagaço, significa maior produção de energia, sem depender das hidrelétricas.

O crescimento da geração termelétrica por meio da biomassa

Em maio de 2020, as termelétricas movidas à biomassa foram responsáveis por quase metade de toda a geração térmica verificada no Sistema Interligado Nacional. Nesse período, as termelétricas que utilizam o bagaço da cana produziram 4.167 MW médios, representando quase 45% do volume produzido por todas as térmicas. No mesmo período, os empreendimentos a carvão mineral e óleo combustível tiveram forte queda.

Para o gerente executivo da CCEE, Carlos Dornellas, a fonte tem se destacado ao longo do tempo e a expectativa é de que o número aumente ao longo do tempo. Isso trará mais diversidade de fontes, além de propiciar a sustentabilidade econômica para o setor energético, que busca cada vez mais uma geração de energia limpa.

Portanto, a geração de energia à biomassa possui vários benefícios e esse tipo de produto possui abundância no país, devido às grandes produções de plantação de cana-de-açúcar e outros subprodutos. Além disso, esse modelo permite a construção das usinas em localização mais próxima aos grandes centros de consumo, reduzindo os custos com transmissão.

Se você se interessou pelo assunto e quer entender melhor os motivos pelos quais as fontes renováveis ainda não são tão utilizadas, leia o nosso post no blog.