O futuro da matriz energética brasileira

O futuro da matriz energética brasileira

O futuro da matriz energética brasileira passa pela diversificação da matriz, bem como atração de novos investimentos para renováveis.

Com uma transição energética em curso, o futuro da matriz brasileira está em construção. A matriz energética de um país é um conjunto de fontes disponíveis para serem captadas, distribuídas e utilizadas para gerar energia. Atualmente, a matriz mundial é formada por fontes não renováveis, como petróleo e carvão mineral.

No Brasil, felizmente, as fontes mais utilizadas são renováveis, dando destaque às hidrelétricas que são as responsáveis pela base de abastecimento. Segundo a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), a matriz energética mundial possui 14% das fontes renováveis enquanto o Brasil possui 48,3% de fontes renováveis em sua matriz.

Como é a matriz energética atualmente?

O Brasil é um país privilegiado, pois o seu tamanho e condições facilitam a geração de energia por meio de fontes limpas e renováveis. Por causa desses fatores, o país já está bem avançado na transição energética, tendo seu abastecimento energético feito, principalmente, por energia gerada em hidrelétricas (65,2%) seguida de biomassa (9,1%), energia eólica (8,8%) e gás natural (8,3%).

Embora a matriz elétrica ainda possa avançar bastante em sua diversificação, essas mudanças já estão ocorrendo. No começo do século, a fonte hídrica representava 83% da capacidade instalada e, em 2020, esse valor era de 65,2%. É primordial que a dependência de uma única fonte diminua, pois o país fica refém das condições climáticas, como o que ocorreu em 2020 e 2021 com a falta de chuvas que comprometeu o abastecimento.

O futuro da matriz energética brasileira

O Plano Decenal de Expansão de Energia 2031 (PDE 2031) é um documento informativo voltado para toda a sociedade, com uma indicação das perspectivas de expansão futura do setor de energia sob a ótica do governo no horizonte até 2031.

Neste relatório, o PDE trouxe que usinas hidrelétricas vão passar a ser responsáveis por menos da metade da oferta de eletricidade brasileira até 2031, chegando a 46%, considerando também o crescimento da geração distribuída. Baseado no cenário de escassez hídrica, o relatório também incluiu a incorporação de lições aprendidas, que apontassem para soluções estruturais de planejamento. Assim, à medida que a configuração do parque gerador se altera, novos desafios surgem para a garantia do suprimento futuro.

Segundo a EPE, com essa diminuição de protagonismo das hidrelétricas, estima-se que outras fontes renováveis devem ganhar espaço. A previsão é que a participação da geração solar cresça de 2% ao fim de 2021 para 4% em 2031, enquanto a eólica deve passar de 10% para 11% no período. Já a autoprodução de energia e a geração distribuída, deve sair de uma participação de 8% para 17% na matriz em dez anos.

Além dessas fontes, a energia nuclear também deve crescer, passando de 1% para 2% do total, com capacidade de 4,39 GW em 2031, devido à entrada em operação da usina de Angra 3 (RJ) e à previsão de uma nova termelétrica nuclear.

Assim, de acordo com as estimativas do plano, o Brasil deve alcançar uma capacidade de geração de energia de 275 gigawatts (GW) em 2031, frente aos 200 GW em 2021. O segmento deve receber R$ 528 bilhões na década, com destaque para a expansão do parque de geração centralizada de energia. Ao todo, a estimativa é que o setor de energia vai demandar investimentos da ordem de R$ 3,25 trilhões entre 2021 e 2031. Se você quer saber mais sobre os investimentos em renováveis, acesse o link.