Desafios da transição para uma economia de baixo carbono

Desafios da transição para uma economia de baixo carbono

Para uma economia de baixo carbono, os países emergentes devem considerar o contexto econômico, o papel do governo e a regulamentação do mercado para ampliar o uso de renováveis.

Ter uma economia de baixo carbono é o objetivo de várias nações, porém, essa transição ainda possui muitos desafios. Desde o Acordo de Paris, quando 195 países se comprometeram a manter o aumento da temperatura média global em até 1,5ºC e a ratificação dos Estados na COP 26, vários países têm feito movimentos para evitar as mudanças climáticas.

Para isso, é preciso que países, principalmente os grandes poluidores, como China, Estados Unidos e União Européia, reduzam as emissões de gases do efeito estufa (GEE) para que o aumento da temperatura seja controlada. Contudo, isso não é tão simples.

Os desafios da transição energética de países emergentes

Historicamente, cada nação tem sua própria trajetória e desenvolvimento. Por isso, cada uma delas polui quantidades diferentes de gases. O grande problema é que, embora países desenvolvidos emitam mais GEEs, são os países emergentes que acabam sofrendo mais com as mudanças.

Por exemplo, se o aquecimento global se mantiver, nos próximos 30 anos, é esperado que milhares de pessoas passem fome e que a agricultura fique comprometida. Além disso, haverá êxodo de zonas perto da linha do equador, que se tornarão inabitáveis com temperaturas médias que devem passar dos 40ºC. Sem preparo e infraestrutura para se adaptar, os países mais pobres sofrerão com a situação.

Nesse sentido, especialistas acreditam que esses países devem receber investimentos de nações ricas e poluidoras, dando acesso a soluções e financiamento para que estes possam se preparar. É importante também que governantes, como prefeitos e governadores tomem protagonismo sobre as pautas ambientais e promovam mudanças em suas áreas. Ao dependerem de investimentos federais ou de organizações, cria-se uma terceirização da responsabilidade que trava as mudanças a nível local.

Além de sofrerem com as consequências mais rapidamente ou de forma mais severa, os países emergentes ainda têm desafios internos para uma transição energética para uma economia de baixo carbono.

Entre os desafios está a necessidade de equilibrar o crescimento econômico, ampliar o acesso à energia para a população excluída, ao mesmo tempo que se pretende cumprir as metas de redução das emissões de gases de efeito estufa, estabelecidas pelo Acordo de Paris.

As renováveis e o caminho para economia de baixo carbono

Se por um lado ainda existem cerca de 860 milhões de pessoas no mundo sem acesso à energia, metade das emissões globais são resultados da produção energética. Associado a isso, via de regra, a fonte mais abundante e barata de países emergentes são os combustíveis fósseis. Por isso, a conta não fecha. Como alternativa, é preciso que esses países tenham acesso a fontes de energia renovável com custo acessível e tecnologia disponível.

No Brasil, por exemplo, além da geração de energia por meio de hidrelétricas, fontes como biomassa, energia solar e eólica têm crescido. Atualmente, o país tem uma matriz elétrica predominantemente renovável, cerca de 87%, o que nos coloca à frente de vários países desenvolvidos.

Também temos como vantagem a extensão geográfica e o clima, que faz com que seja viável construir opções 100% renováveis. Por isso, o Brasil é destaque como uma nação com grande potencial para transição para uma economia de baixo carbono.

Além dessa forma, o país também vem criando regulações que ajudam na criação de créditos de carbono e estimulam um mercado de carbono no país. Portanto, para que o Brasil se coloque na trajetória de uma economia de baixo carbono, investir em energia renovável e técnicas para agropecuária de baixo carbono é fundamental.

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