A expectativa da energia solar fotovoltaica no Brasil

Expectativa da Energia Solar no Brasil

É cada vez mais visível e animador o papel estratégico que a energia solar fotovoltaica ocupará no Brasil. Entenda o crescimento do setor.

A energia solar fotovoltaica no Brasil tem perspectivas de continuar crescendo em 2021. Em relação a 2019, a fonte aumentou em 47,4% sua capacidade instalada, chegando a 3.215 MW em 2020, segundo a ANEEL. Mesmo com a pandemia, a fonte movimentou mais de R$ 13 bilhões em investimentos e gerou mais de 80 mil novos empregos. Assim, ela está sendo vista como locomotiva para o desenvolvimento econômico, social e ambiental do país.

Para 2021, a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) projeta que a atividade vai gerar mais de 145 mil empregos no país, cálculo feito segundo os investimentos privados, que podem ultrapassar R$ 22 bilhões, sendo R$ 17 bilhões somente para a geração distribuída.

Quais as perspectivas para energia solar fotovoltaica no Brasil

O aumento constante das tarifas de energia acima da inflação e a busca pela sustentabilidade são alguns fatores que têm estimulado os investimentos dessa fonte no país. Ao longo dos anos, os recorrentes ajustes nas contas de energia têm preocupado as famílias, impactando o orçamento. Essa situação aliada à crise financeira, que impactou boa parte da população na pandemia tem feito os usuários repensarem o modo de consumir energia. Por isso, a energia solar fotovoltaica surge como uma alternativa para reduzir os gastos.

No caso da sustentabilidade, muitas organizações estão optando por esse modelo para contribuir com as iniciativas de manutenção do meio ambiente, diminuindo a emissão dos gases do efeito estufa, por meio da transição energética. Grandes empresas já começam a divulgar metas para se tornarem carbono neutro em alguns anos, expandindo o uso de energia limpa em suas unidades.

Além disso, há cada vez mais financiamentos voltados às energias limpas com condições favoráveis, bem como os desenvolvimentos tecnológicos. Com a tecnologia, é possível ter aumento de eficiência de equipamentos fotovoltaicos, diminuindo os custos de investimento. A Wood Mackenzie calcula que, até o fim da década, a redução dos custos de equipamentos seja de 15% a 25%.

Contudo, há uma pauta que preocupa o setor. É possível que haja uma alteração na regulamentação da Geração Distribuída, com redução de 60% nos subsídios. Esse fato preocupa, afinal, a energia solar é a fonte escolhida por 99% dos projetos de GD.

O aumento de oferta e demanda

Com aumento da demanda, a oferta precisa se adequar. Por isso, tantas novas empresas surgem na área. Segundo o Portal Solar, cerca de 450 novas empresas surgem todo mês no país atuando na área solar fotovoltaica. A estimativa é que o mercado, em 2021, cresça 27%.

Segundo a Absolar, serão adicionados mais de 4,9 GW de energia solar fotovoltaica, representando um crescimento de 68%. Em geração distribuída, as estimativas de crescimento são de 90% frente ao total instalado no ano passado. Ou seja, de 4,4 GW, passaria para 8,3 GW.

Quanto aos leilões, as solares vão competir nos próximos oito leilões de energia nova, previstos pelo governo para serem realizados até 2023. É a primeira vez que a fonte é incluída em todos os certames, com um portfólio que excede os 30 GW. Outra boa notícia é a criação da Lei 14.120/2021, que redireciona recursos não utilizados de P&D e eficiência energética para a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE).

Vale ressaltar que o modelo é interessante para todos os envolvidos. Segundo a Absolar, para cada R$ 1 investido em sistemas fotovoltaicos de pequeno e médio portes, o setor devolve mais de R$ 3 em ganhos elétricos, econômicos, sociais e ambientais aos brasileiros.

Assim, podemos concluir que a energia solar não é mais um detalhe na matriz elétrica. Embora o percentual ainda seja pequeno, os investimentos acumulados no setor somam mais de R$38 bilhões, com 390 mil sistemas solares conectados à rede. Portanto, o futuro da energia solar fotovoltaica no Brasil é bastante promissor.