A descarbonização da matriz e a demanda global de energia!

A descarbonização da matriz e a demanda global de energia

Há um grande desafio na descarbonização da matriz energética mundial, devido à dependência de combustíveis fósseis. Entenda as projeções.

Investir em descarbonização da matriz se torna prioridade para os países, uma vez que, em termos absolutos, o aumento no consumo de energia em 2021 foi de mais de 1.500 TWh, sendo que grande parte da matriz mundial ainda é composta por combustíveis fósseis.

Com essa situação, houve um aumento da poluição. Segundo a Climate Watch, cerca de 67% das emissões globais de GEE estão atreladas a combustíveis fósseis e processos industriais. Além disso, houve uma elevação dos preços, que impactou vários países, inclusive o Brasil.

Para a Agência Internacional de Energia (IEA), a combinação entre a ausência de mudança estrutural mais rápida no setor e o aumento da demanda nos próximos três anos pode resultar em volatilidade adicional do mercado, além de manter as taxas de emissão em níveis altos.

A importância da descarbonização da matriz

A descarbonização consiste na redução da dependência dos combustíveis fósseis emissores de gases do efeito estufa (GEE) na matriz energética mundial. Nessa etapa, as fontes poluidoras passam a ser substituídas por opções menos emissoras, como energias renováveis e sustentáveis. Como é inviável que os países façam a mudança em um curto período de tempo, a transição energética tem um papel chave nisso.

Em 2021, a rápida recuperação econômica em um cenário de vacinação em massa, além das condições climáticas extremas, levou a um aumento de 6% na demanda global de eletricidade. Sem um planejamento, muitos países ficaram refém da volatilidade dos preços, com a escassez de gás natural e carvão.

Mesmo que tenha havido um aumento de fontes renováveis, que também ocorreu no Brasil, a geração a carvão cresceu 9%, atendendo a mais da metade do aumento da demanda, atingindo um novo pico histórico. Com essa situação, as emissões de dióxido de carbono (CO2) da geração de energia aumentaram 7%, atingindo também um recorde, depois de terem diminuído nos dois anos anteriores.

Caso os países estivessem mais bem preparados, com investimentos em tecnologias de energia de baixo carbono — como fontes renováveis, eficiência energética e energia nuclear — o cenário poderia ser diferente.

Quais as ações do Brasil para incentivar a redução de emissão de GEEs?

O Brasil está entre os países produtores de petróleo e gás que devem lidar melhor com perdas de receitas em meio à transição energética para uma economia de baixo carbono, junto com os Estados Unidos, Reino Unido, China, Índia e os Países Baixos. Nesse sentido, o país se destaca por uma série de fatores combinados que indicam um futuro de matriz energética mais limpa e sustentável.

Um dos projetos é o Renovabio. Essa política pública é uma das principais ações do governo para promover a expansão da produção e do uso de biocombustíveis na intenção de diminuir os gases do efeito estufa (GEE), principalmente, no setor de transporte.

O CBIO é um dos instrumentos do Renovabio emitido por produtores de biocombustíveis voluntariamente certificados. É importante ressaltar que cada CBIO equivale a uma tonelada de emissão de gases de efeito estufa evitada na atmosfera. Ou seja, uma melhoria da qualidade do ar e mais saúde aos brasileiros. Segundo o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), a meta global para o ano de 2022 será de 35,98 milhões de CBios.

Além disso, o país também vem atraindo novos investidores para outros modelos mais limpos, como termelétricas movidas a biomassa. A partir do momento que os consumidores começarem a enxergar valor nos produtos originados a partir de fontes renováveis, o país pode ampliar sua participação nos mercados mundiais ofertando esses produtos com custos menores que seus concorrentes.

Afinal, o país possui alta disponibilidade de recursos naturais com custos de transformação relativamente baixo. Assim, o país tem tudo para se transformar em uma potência descarbonizadora global. Para saber mais sobre descarbonização da matriz, leia o conteúdo no blog sobre certificados de Energia Renovável.