Qual o caminho para descarbonização?

Qual o caminho para descarbonização?

Países e sociedade buscam formas de diminuir as emissões de CO2 e promover a descarbonização para manter o desenvolvimento e a manutenção do meio ambiente.

A questão da descarbonização é crucial para o nosso futuro. O aquecimento global é uma ameaça real e, se não tomarmos medidas para diminuir as emissões de carbono, o planeta enfrentará consequências catastróficas. Mas qual o caminho para a descarbonização?

Desde o início da Revolução Industrial, no século XIX, o mundo passou por grandes revoluções tanto tecnológicas quanto de produção. Porém, esse avanço teve um custo para o meio ambiente. O intenso uso de combustíveis fósseis resultou no aquecimento global e nas mudanças climáticas.

Se tentarmos imaginar como será a gestão energética do futuro, seguramente a flexibilidade será fundamental. Mudanças repentinas do equilíbrio entre demanda e oferta de energia serão mais comuns e os países que conseguirem descarbonizar e ampliar a matriz energética estarão na frente.

O que é descarbonização e porque ela é necessária?

Toda vez que combustíveis fósseis são queimados para a geração de energia, há emissão de gases como o gás carbônico (CO2) na atmosfera. O CO2 altera a composição do ar ao redor do planeta e gera buracos na camada de ozônio, que é um revestimento que protege a superfície terrestre dos raios do sol.

Sem essa proteção, há um aumento de temperatura na terra, além de mudanças climáticas, como excesso de chuvas ou escassez, mais incidência de eventos catastróficos e migrações. A Organização das Nações Unidas (ONU) estima que, se nada for feito para frear as emissões de gases do efeito estufa (GEEs), a temperatura média deve aumentar em 3,7ºC até 2100.

Embora as emissões já sejam consideradas principais riscos globais segundo os relatórios do Fórum Econômico Mundial e o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), já há mudanças irreversíveis, aumentando a pressão por metas mais arrojadas e mudanças mais efetivas.

Por causa disso, a descarbonização é necessária. Ela se refere à busca pela redução e eliminação dos GEEs nas atividades da sociedade, promovendo uma substituição por fontes mais limpas e renováveis, como energia eólica, energia solar e bioenergia.

Investir em descarbonização traz benefícios ao meio ambiente, mas também para a economia. Empresas que investem nessa área, reforçam o ESG e agregam valor ao negócio, melhorando a imagem frente ao mercado. Além disso, é possível reduzir o custo energético, uma vez que há opções renováveis mais baratas a longo prazo que os combustíveis fósseis. Por fim, há redução de impostos, ganho de subsídios e certificado de sustentabilidade para a organização.

O Brasil e a descarbonização

Os eventos realizados para debater sobre o clima, como a COP 26 e a COP 27, são fundamentais para traçar estratégias para a descarbonização e, principalmente, firmar acordos de redução e financiamento. O Brasil tem um acordo firmado de mitigar 50% de suas emissões de gases de efeito estufa até 2030, usando como linha de base o ano de 2005 e como referência o Quarto Inventário Nacional de Emissões.

Para compensar emissões de gases de efeito estufa, as distribuidoras de combustíveis fósseis terão que comprar, em 2023, 37,47 milhões de Créditos de Descarbonização (CBIOs) de empresas produtoras de biocombustíveis, como forma de incentivar a transição energética para fontes renováveis.

A solução não está em apenas um método ou uma fonte. O caminho, certamente, deve ser trilhado passando pelo aumento dos investimento em renováveis, diversidade da matriz energética, mudança de hábitos sociais e promoção de economia cada vez mais circular.

Mesmo com os desafios, o principal objetivo do Brasil e do mundo deve ser alcançar a neutralidade climática, reduzindo as emissões de poluentes e incentivando práticas de compensação de carbono, a substituição da matéria prima e adaptações estruturais para que as nações alcancem o carbono zero.

A boa notícia é que já estamos a fazer progressos significativos. Com um pouco de esforço e determinação, podemos cumprir a meta de neutralidade de carbono e reduzir as emissões de gases do efeito estufa.