Com fontes alternativas, é possível melhorar a eficiência energética de geração, contribuindo para evitar o agravamento da crise no país.
Em 2018, o Brasil encontrava-se na 20º posição em um ranking de 25 países avaliados em relação às suas políticas e empenho para promoção da eficiência energética, segundo documento apresentado pelo Conselho Americano para uma Economia Energeticamente Eficiente.
Eficiência energética significa fazer mais ou, pelo menos, a mesma coisa com menos recurso, mantendo o padrão e qualidade na entrega. Assim, melhorar a eficiência energética das fontes de energia significa gerar a mesma ou mais quantidade de Kwh com menos recursos.
De maneira geral, conforme a tecnologia foi se desenvolvendo, os processos de produção energética e os equipamentos que utilizam energia se tornaram mais eficientes. Contudo, em um cenário de crise como o vivido atualmente, é preciso que a eficiência seja implementada em toda a cadeia energética, para que a produção seja otimizada e toda energia produzida seja utilizada e não se perca no processo.
A eficiência e a crise hídrica
Em 2001, o Brasil viveu um apagão sem precedentes com racionamento de energia em todo o país. Vinte anos depois, novamente, o tema volta a ser discutido devido à crise hídrica causada por uma escassez de chuvas. Para evitar o mesmo cenário de 2001, era esperado um investimento maior em infraestrutura e fontes.
Com esse cenário, não só o racionamento se faz necessário como a eficiência energética se torna fundamental. No caso de consumidores do mercado cativo, os impactos financeiros já são percebidos, com os recorrentes ajustes nas bandeiras tarifárias. Já consumidores do mercado livre, aqueles que negociam suas condições de contrato, estão sujeitos a grandes oscilações no preço a curto prazo, uma vez que o valor da energia está ligado à oferta e demanda do momento.
Nesse sentido, do ponto de vista de geração, o quesito de eficiência energética consegue ser melhor aproveitado em projetos de geração distribuída. Como o modelo utiliza menos energia centralizada do sistema elétrico, há uma economia de utilização de fontes energéticas mais caras. Ou seja, o fato de não consumir energia produzida em uma termelétrica ou hidrelétrica e utilizar energia proveniente de um sistema solar, por exemplo, já é uma característica pró eficiência.
Segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI), as indústrias adotaram algumas medidas para enfrentar a crise hídrica, com cerca de 34% das medidas ligadas à adoção de ações em eficiência energética. Assim, 26% investiram em autogeração de energia, 22% optaram por mudanças na operação, 18% começaram a fazer tratamento e reuso de água e 34% não tomaram medidas ou não souberam dizer.
A eficiência energética de fontes alternativas
As empresas mais bem preparadas estão investindo em eficiência energética para reduzir seus custos e trazer cada vez mais competitividade para os seus negócios. Essas grandes organizações estão investindo em geração própria de energia a fim de trazer confiabilidade no fornecimento energético, para não impactarem sua capacidade produtiva. As fontes mais utilizadas são as renováveis, como solar e o biogás, produzido a partir da biomassa.
A biomassa é um recurso renovável disponível em grande escala, principalmente no Brasil, que pode vir da produção rural, industrial, resíduos sólidos e lodo do esgoto. Com ela, é possível produzir o biogás em alta eficiência, fazendo com que todo o processo, desde a produção até a utilização, seja maximizado. O biogás se sobressai em relação à energia solar, por exemplo, por causa do fator capacidade — quantidade de geração por potência instalada.
A energia solar só pode ser gerada enquanto houver luminosidade do sol. Já o biogás tem mais recursos disponíveis para sua produção e a geração pode acontecer em qualquer momento. Associando isso à potência, tem-se uma melhora na eficiência energética.
Portanto, em um cenário de crise, investir em eficiência energética é uma das formas de aumentar a produção e diminuir cursos. Analisando o cenário, o biogás se torna uma opção mais interessante em relação à outra geração alternativa.