Mercado pouco explorado, a demanda de hidrogênio no mundo crescerá substancialmente até 2030. Entenda as expectativas para o setor!
Qual a demanda de hidrogênio no mundo? Para evitarmos os piores impactos das mudanças climáticas no mundo, é preciso optar por fontes de energia mais limpas, como o hidrogênio. Desde a Revolução Industrial, as temperaturas já aumentaram em 1ºC, de acordo com o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC). Uma alta de 0,5ºC já seria suficiente para efeitos devastadores, principalmente nas zonas tropicais.
Segundo a Agência Internacional de Energia (IEA), a demanda de hidrogênio irá passar de 90 milhões de toneladas em 2020 para mais de 200 milhões de toneladas em 2030. O estudo levou em consideração a substituição do hidrogênio feito a partir de combustíveis fósseis, para o hidrogênio verde, que é de baixo carbono produzido a partir de eletrólise com energia renovável. Esse dado é importante, pois mostra como os países já acenam para uma transição energética.
A demanda de hidrogênio no Brasil
O cenário do aumento da demanda de hidrogênio é promissor para o Brasil. Afinal, o país já possui grande parte da geração de energia vinda de fontes limpas. Cerca de 85% da energia elétrica brasileira é renovável e vem de fontes como as hidrelétricas, energia eólica, energia solar e biomassa.
A média mundial de uso de renováveis é de 28%. Por causa desses fatos, a Agência Internacional de Energia Renovável (IRENA) destaca o potencial do Brasil na produção de hidrogênio verde.
Um destaque para o país é a construção de um hub de energia verde na Zona de Processamento de Exportação (ZPE) no Porto do Pecém, no Ceará. São 4 empresas envolvidas e os investimentos previstos ultrapassam US$ 14 bilhões.
Segundo a IEA, o uso do hidrogênio, que atualmente está concentrado na indústria química, precisa se espalhar para outros setores para que as metas sejam atingidas. É nesse ponto que a Agência Internacional acredita que o Brasil tem vantagem, pois o custo de produção de energia renovável no país já é baixo, sendo um ótimo lugar para desenvolver esse mercado tanto para o consumo nacional quanto para exportação.
O Ministério de Minas e Energia (MME) está preparando diretrizes para o Programa Nacional de Hidrogênio com perspectivas de direcionar o desenvolvimento do mercado no país. O ministério acredita que o Brasil pode se tornar competitivo não apenas no hidrogênio verde quanto nas demais cores.
Países que lideram a produção do combustível do futuro
Atualmente, mais de 90% do hidrogênio utilizado como combustível é produzido a partir de fontes não renováveis. Com as pressões para redução de CO2, alguns países já tomaram a liderança na descarbonização de suas economias.
A União Europeia, em 2020, se comprometeu a investir US$ 430 bilhões em hidrogênio verde até 2030. A meta é instalar eletrolisadores de hidrogênio renovável de 40 gigawatts na próxima década para alcançar a meta de carbono zero até 2050.
Os países líderes já divulgaram o planejamento de megaprojetos que juntos devem ampliar a capacidade atual de 80 GW para mais de 140 GW. A Austrália lidera os planos de produção com 5 megaprojetos, graças aos recursos renováveis, especialmente da energia eólica e solar.
O maior projeto é a construção de uma série de eletrolisadores com capacidade total de 14 GW e investimentos de US$ 36 bilhões. Hoje, a Austrália é considerada a Arábia Saudita do hidrogênio verde.
A Holanda também prevê a construção de eletrolisadores, sendo 1 GW construído até 2027 e 4 GW até 2030, utilizando energia eólica offshore. A energia utilizada abasteceria indústrias na Holanda e na Alemanha.
Os alemães também estão desenvolvendo projetos, com perspectiva de construir 10 GW de capacidade até 2035. Há um consórcio de 27 empresas, instituições de pesquisa e organizações que promovem o projeto a partir de usinas eólicas.
Por fim, a China é o maior produtor mundial de hidrogênio. O país está dando os primeiros passos no mercado de hidrogênio verde com a construção de um megaprojeto na Mongólia que investirá US$ 3 bilhões para gerar 5GW a partir de energia eólica e solar.
Assim, há uma alta expectativa de crescimento da demanda de hidrogênio no mundo. Para entender melhor os avanços desse mercado no Brasil, leia o conteúdo sobre a regulação do mercado no país.
