Biometano e as emissões de CO2: qual a relação?

Biometano e as emissões de CO2: qual a relação?

O biometano tem a menor pegada de carbono entre diversos energéticos disponíveis. Por isso, é uma das alternativas disponíveis para diminuir as emissões de CO2 na atmosfera.

Desde a Revolução Industrial, o nível das emissões de CO2 cresceu exponencialmente em todo o mundo. Com isso, países precisaram investir em novas fontes energéticas, privilegiando modelos mais limpos e renováveis.

Nesse sentido, o biometano que é produzido a partir do biogás tornou-se uma das apostas para frear as mudanças climáticas. Atualmente, um dos setores que mais geram poluição é o setor de transportes.

Com isso, a substituição dos combustíveis fósseis nesse setor é uma das prioridades. No Brasil, o etanol já substitui quase 50% da gasolina do país, mas ao utilizar a biomassa e produzir o biometano, é possível reduzir até 96% das emissões de CO2 nos transportes.

A importância do biometano na redução das emissões de CO2

O biometano é um gás gerado a partir do biogás que é obtido pela retirada de vapor de água, gás carbônico, sulfeto de hidrogênio e tem maior poder de combustão que o biogás. Hoje em dia, já há substitutos para gasolina, diesel e agora o biometano vem se destacando como uma opção para o gás natural, possuindo as mesmas propriedades.

Um dos grandes benefícios do biometano é que ele é produzido a partir de resíduos sólidos, sendo um processo que gera um ganho ambiental duplo. Outro ponto é que ao utilizar essa fonte é possível, inclusive, gerar emissões negativas de CO2, dependendo da origem da biomassa.

Em uma Avaliação do Ciclo de Vida (ACV) realizada comparando Golf GTI 2.0 que é um veículo de combustão interna e o Tesla Model 3 que é um veículo 100% elétrico foi possível perceber as vantagens. No caso do Golf, as emissões quando abastecido com gasolina era de 252,6 gCO2e/km e no caso do biometano cai para 58,3 gCO2e/km.

Para comparação, a recarga do Tesla a partir da geração eólica, uma geração 100% limpa, gera uma emissão de 72,3 gCO2e/km. Ou seja, até frente uma opção limpa e renovável, o biometano pode ser melhor. Com esses dados, é possível perceber como o biometano tem um papel importante para atingimento das metas de descarbonização.

O potencial brasileiro na produção de biometano

O potencial brasileiro de produção de biometano é de 80 milhões de metros cúbicos (m³) por dia, de acordo com a Associação Brasileira de Biogás e Biometano (Abiogás). Atualmente, o volume produzido diariamente é de 2 milhões de m³. O biometano foi regulamentado no Brasil em 2020 e a tecnologia vem crescendo rápido no país. Em 2021, foram 45 novas usinas inauguradas, adicionando um incremento de 37% na produção. Diante do desafio de descarbonizar as suas operações, inúmeras empresas já vêm adotando o biometano como combustível para mover as suas operações industriais e logísticas.

Além disso, o governo federal tem criado incentivos, como o Programa Nacional de Redução de Metano de Resíduos Orgânicos – Metano Zero que tem o objetivo de reduzir as emissões de gases de efeito estufa por meio do aproveitamento energético de combustível de resíduos ou produtos orgânicos como fontes de biogás e biometano.

A Urca Energia, empresa na qual somos associados, a partir da aquisição da Gás Verde, tornou-se a maior produtora de biometano do país, um biocombustível sustentável que contribui para a preservação do meio ambiente e tem grande potencial para transformar a matriz energética das empresas brasileiras.

Portanto, com o avanço da tecnologia, descarbonização dos processos produtivos e da matriz elétrica são esperadas reduções das emissões apresentadas ao longo da próxima década e o biometano terá um grande papel nessa mudança. Para saber mais sobre o desenvolvimento de projetos de usinas de biogás e biometano, entre em contato conosco.