A Revolução da Geração Distribuída no Brasil

Geração Distribuída no Brasil: Balanço de 2024 e Perspectivas para 2025

A geração distribuída (GD) consolidou-se em 2024 como um pilar fundamental na matriz energética brasileira, refletindo um movimento global em direção à descentralização e sustentabilidade na produção de energia. Este modelo permite que consumidores, desde residências até grandes empresas, gerem sua própria eletricidade a partir de fontes renováveis, como solar fotovoltaica, eólica e biomassa, contribuindo para a diversificação da matriz energética e promovendo benefícios econômicos e ambientais.

O ano de 2024 foi marcado por um crescimento expressivo na capacidade instalada de GD no Brasil. Dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) indicam que, até outubro, o país adicionou aproximadamente 8 gigawatts (GW) em capacidade de micro e minigeração distribuída, mantendo uma média estável de 700 megawatts (MW) por mês, similar aos volumes de 2022 e 2023.

Este crescimento elevou a capacidade total de GD para cerca de 34 GW, consolidando o Brasil como um dos líderes mundiais na adoção de sistemas de geração distribuída. Estados como Minas Gerais, São Paulo e Rio Grande do Sul destacaram-se com as maiores capacidades instaladas, refletindo políticas estaduais favoráveis e maior conscientização dos consumidores sobre os benefícios da GD.

A predominância da energia solar fotovoltaica continua evidente, representando aproximadamente 48,59% da potência instalada em 2024. No entanto, observa-se uma crescente participação de outras fontes renováveis, como a eólica e a biomassa, diversificando a matriz de GD e aumentando a resiliência do sistema elétrico brasileiro.

Este movimento contribui significativamente para a redução das emissões de gases de efeito estufa. As emissões provenientes da geração elétrica no Brasil totalizaram 38,9 milhões de toneladas de CO₂ em 2023, uma queda de 6% em relação a 2022, indicando uma tendência contínua de descarbonização do setor elétrico.
EPE

Geração Distribuída no Brasil: Balanço de 2024 e Perspectivas para 2025

A adoção de sistemas de GD tem proporcionado economia significativa para os consumidores. Estudos indicam que a redução na conta de energia pode chegar a 20%, dependendo do perfil de consumo e da capacidade instalada. Além disso, a expansão da GD tem gerado empregos e impulsionado a economia local, especialmente em regiões com altos índices de radiação solar e potencial eólico.

A democratização do acesso à energia também é um destaque. Modelos de negócios inovadores, como cooperativas de energia e geração compartilhada, têm permitido que consumidores sem capacidade de investimento inicial participem dos benefícios da GD, ampliando modalidade.

Apesar dos avanços, a GD no Brasil enfrenta desafios significativos. Questões regulatórias, como a necessidade de atualização das normas para acompanhar o rápido crescimento do setor, e a infraestrutura de distribuição, que precisa ser adaptada para suportar a inversão de fluxo de energia, são pontos críticos a serem endereçados.

Projeções indicam que o Brasil pode alcançar 56 GW de capacidade instalada em GD até 2029, desde que sejam implementadas políticas públicas adequadas e realizados investimentos em infraestrutura e tecnologia. A continuidade do crescimento dependerá da capacidade do país em superar os desafios e criar um ambiente favorável para investidores e consumidores.

O panorama de 2024 evidencia que a geração distribuída é uma realidade consolidada no Brasil, trazendo benefícios econômicos, sociais e ambientais. Com um crescimento robusto e perspectivas promissoras, a GD posiciona-se como um componente essencial para a sustentabilidade e segurança energética do país. No entanto, para que seu potencial seja plenamente alcançado, é fundamental enfrentar os desafios existentes e promover um ambiente regulatório e infraestrutura adequada que suporte seu desenvolvimento contínuo.