A evolução da Geração Distribuída no Brasil!

A evolução da Geração Distribuída no Brasil

A geração distribuída no Brasil está em constante crescimento e traz benefícios como economia, independência e sustentabilidade. Veja a evolução!

De forma simplificada, a geração distribuída é a possibilidade de o consumidor brasileiro gerar sua própria energia elétrica, seja a partir de fontes renováveis ou cogeração qualificada. A norma entrou em vigor em 2012, por meio da Resolução Normativa da ANEEL nº482/2012.

Esse modelo vem ganhando adesão e relevância, pois é um contraponto à ideia de que somente grandes usinas e companhias elétricas pudessem produzir e distribuir energia. No modelo centralizado, o consumidor tem pouca capacidade de negociação, tendo que se sujeitar aos contratos e modelos já preexistentes. Assim, a GD ganha força e relevância, principalmente, por sua flexibilidade e independência.

Como a geração distribuída se desenvolveu no país?

A geração elétrica próxima ao consumidor já ocorreu no passado. Contudo, desde a década de 1940, a geração em grandes centrais se tornou mais barata, tendo o interesse de consumidores pela GD diminuído.

A rede elétrica brasileira é denominada Sistema Interligado Nacional (SIN) e conecta as usinas geradoras às linhas de transmissão. Ou seja, uma unidade geradora no Norte ajuda a abastecer uma grande metrópole no Nordeste. O problema desse sistema é que a energia se torna mais cara e há mais perdas devido à distância, além da dependência energética brasileira da energia produzida nas hidrelétricas.

Para evitar essa centralização e dependência, a geração distribuída faz a diferença. Quando grande parte dos usuários optam por esse modelo, utilizando painéis solares ou sistemas eólicos ou biomassa, a energia gerada localmente supre a demanda, evitando sobrecarga do sistema.

O que é a GD e quais os seus benefícios?

Segundo a lei vigente, nesse modelo é permitido o uso de qualquer fonte renovável, como energia solar, biomassa, biogás, pequenas centrais hidráulicas e energia eólica. Também é permitido utilizar a cogeração qualificada — conceito definido pela ANEEL que estabelece uma eficiência energética total mínima para geração de energia elétrica e térmica com gás natural.

A microgeração distribuída refere-se à uma central geradora com potência instalada de até 75 quilowatts (KW) enquanto a minigeração refere-se à potência acima de 75 quilowatts e menor ou igual a 5 megawatts conectadas na rede de distribuição.

Um dos benefícios da geração distribuída é que quando a quantidade de energia produzida for superior ao consumido naquele período, o consumidor ficará com um crédito na fatura a ser utilizado nos próximos 60 meses, denominado autoconsumo remoto.

O modelo também é interessante para condomínios, com a possibilidade de empreendimentos de múltiplas unidades consumidoras, além da geração compartilhada que possibilita a criação de consórcio ou cooperativa para a construção de uma unidade compartilhada.

Quais as perspectivas de crescimento e desafios do modelo de GD?

A geração distribuída é uma tendência mundial. Afinal, cada vez mais os consumidores buscam por modelos mais econômicos e sustentáveis. Além disso, o cenário atual do país é de um iminente racionamento e aumentos nas tarifas de luz. Por esses motivos, as expectativas para o crescimento da GD no país são grandes nos próximos anos.

No primeiro semestre de 2020, o número de unidades consumidoras nesse modelo alcançou a marca de 400 mil unidades, tendo uma alta de 78% em comparação ao mesmo período do ano anterior. Contudo, ela ainda representa uma parcela pequena na matriz elétrica brasileira, cerca de 2%.

As projeções da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) indicam que a capacidade instalada atual na geração distribuída seja de 176 GW. O setor espera uma expansão de 67,9 GW, atingindo 221 GW em 2029. A expectativa é de crescimento principalmente em indústrias, que estão encontrando alternativas cada vez mais acessíveis para seus projetos.

Um dos desafios do modelo passa pela modernização do setor elétrico brasileiro, que precisa se desenvolver e oferecer possibilidades e subsídios para que mais pessoas optem pela geração distribuída. A modernização e as mudanças na legislação também incentivam mais investimento privado, que é tão importante para o setor.

Outro ponto é a evolução da tecnologia, que a longo prazo deixará os componentes necessários para criação de usinas cada vez mais baratas, consequentemente, a energia nesse modelo ficará mais acessível.

Portanto, é fundamental que a geração distribuída continue avançando no país, pois traz benefícios para a sociedade, usuários e todo o sistema elétrico. O modelo tem baixo impacto ambiental, reduz o carregamento das redes, minimiza as perdas, diversifica a matriz elétrica e promove economia para os usuários.