As emissões do setor de energia devem diminuir neste ano puxado pela redução de demanda e desaceleração da economia devido à inflação.
Em 2022, mesmo com aumento da demanda de energia em alguns países, as emissões do setor de energia devem diminuir. Os dados são do relatório de Mercado de Eletricidade da Agência Internacional de Energia (IEA), que aponta uma queda na demanda geral de eletricidade mundial de 2,4%. Assim, os valores devem puxar as emissões do setor de energia para baixo, apontando um recuo de 0,5%.
As emissões do setor de energia
Com a retomada da economia em 2021, depois do surto da covid-19 em 2020, as emissões de carbono do setor de energia bateram recordes. O uso do carvão foi o principal fator de aumento de 6%, chegando à marca histórica de 36,3 bilhões de toneladas de emissão de CO2.
A pesquisa realizada pela IEA mostrou que o aumento nas emissões globais de CO2 de 2,1 bilhões de toneladas foi o maior da história em termos absolutos, mais do que compensando o declínio de 1,9 bilhão de toneladas induzido pela pandemia em 2020.
A recuperação das emissões globais de CO2 acima dos níveis pré-pandemia foi em grande parte impulsionada pela China, com o aumento de 750 milhões de toneladas entre 2019 e 2021.
Para 2022, há uma expectativa de queda de emissões devido ao lento crescimento econômico com a alta inflação mundial e aos custos de energia mais altos por causa da guerra da Rússia e Ucrânia. A guerra também colocou alguns países em situação delicada. Com a redução do abastecimento do gás russo, para não ficar sem energia, alguns países estão usando carvão.
As renováveis como solução e o Brasil
Para 2023, a expectativa é de redução de 1% com o movimento de demanda e alteração de matriz. Na indústria de renováveis, a IEA aponta que as adições de capacidade levarão a um crescimento de cerca de 10% na geração em 2022. Enquanto a geração nuclear e a gás devem ter quedas de 3% e 2,6%, respectivamente.
No caso do Brasil, a matriz elétrica e energética já são bastantes renováveis, tendo fontes limpas como foco para investimentos. Segundo a IEA, o Brasil, que até junho de 2022 registrou um aumento anual de cerca de 2% na demanda de eletricidade, teve as previsões revisadas para baixo, com expectativas negativas sobre a economia.
A perspectiva de um crescimento de quase 4% na demanda em 2022, caiu para 1,5%, seguido por 2,3% em 2023, que devem manter as emissões do setor de energia dentro do patamar esperado.
O que ocorre é que o país é um grande poluidor em outras áreas. O estudo realizado pelo think tank internacional Carbon Brief, apontou que os cinco países que mais poluíram desde a Revolução Industrial, de 1850 a 2021, são: EUA, China, Rússia, Brasil e Indonésia.
No Brasil e na Indonésia, a maior parte das emissões vem da derrubada de florestas e uso do solo para pecuária e agricultura e não da queima de combustíveis fósseis, como ocorre com os demais grandes poluidores.
Para saber mais sobre as mudanças climáticas e as emissões de CO2, conheça os principais pontos do último relatório do IPCC.